sábado, setembro 13, 2014

José Geraldo Martinez

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Heitor Gomes

José Geraldo Martinez,
amigo querido e sagrado,
foi morar ao lado de Deus,
num plano ascensionado.
Viveu grandes amores,
Paixões alucinantes.
Mas foi no colo da amada Helo,
Que encontrou seu Oasis reconfortante.

Até encontrar seu porto seguro,
Vagava a esmo e sem destino.
Vivendo amores inconseqüentes,
Totalmente em desalinhos.

Buscava o amor alucinado,
Em corpos inconseqüentes.
Saciando a sua animalidade,
Da forma mais delinqüente.

Depois chorava aos quatro ventos,
A solidão excruciante dos desamores.
Em que sua alma pedia clemência,
A tanta incompreensão e dissabores.

Jamais se entregava pela metade.
Mergulhava de cabeça nas paixões mais delirantes,
Acreditando na perenidade daquele momento;
E quando o dia raiava, via-se chafurdado no mais doloroso sofrimento.

Incompreendido pelas mulheres,
Que não conseguiam Ler a sua alma.
Buscava desesperadamente,
Alguém que lhe entendesse de forma tranqüila e calma.

Deus nosso Pai amoroso,
Que tudo sabe e tudo vê.
Deu-lhe de presente uma amante e companheira,
A Helo, que se tornou para sempre a razão do seu viver.

Hoje o poeta descansa em paz,
No grande Reino Celestial.
Onde o amor é a única razão,
É um sentimento imortal.

Muito obrigado grande poeta,
Por tantas obras que nos legou.
Cada frase é uma história de amor,
Que tantas emoções nos proporcionou.
          
                            













domingo, maio 05, 2013

Homenagem feita no jornal "A Folha da Região"


José Geraldo Martinez

            Terminei de ler duas obras do escritor Araçatubense José Geraldo Martinez: “Caminhos Áridos” e “Entre Grãos os Sonhos”.
            “Caminhos Áridos” narra a saga dos imigrantes nordestinos vindo nos famosos caminhões “pau de arara”, onde todo desconforto e sofrimento não ceifam os sonhos de uma vida mais digna, pois na terra natal o sofrimento da seca, da fome e do abandono, impossibilita qualquer tipo de sonho e esperança. Um romance que fala de frustrações, decepções, mas também de amor, superação e perdão. Narra fatos históricos da vida do famigerado cangaceiro Virgulino Ferreira, conhecido com lampião, que tanto aterrorizava a vida dos que viviam naquela região. Com um linguajar coloquial, acessível a todas as faixas etárias e culturais, trazendo uma carga grande de dramaticidade com desfecho sempre emocionante e surpreendente.
            “Entre grãos os sonhos”, fiquei extremamente surpreso, pois não esperava uma maturidade  literária tão grande. Cada página era uma emoção diferente, no final de cada capítulo a emoção renovava. A narrativa é tão minuciosa que a impressão que se tem é de estar assistindo a um vídeo de tão real. Você passa a amar e odiar os personagens como se convivessem com eles. Lauro, por exemplo, tenho certeza de que o autor se inspirou em um amigo e colega do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de letras, o Hamilton Brito, conhecido como “Mirto Fricote”. O romance narra também a saga, só que agora dos imigrantes Italianos que vieram para o Brasil, mais precisamente para a nossa região de Araçatuba, tentar a sorte materializando seus sonhos e ideais.
            José Geraldo Martinez é meu contemporâneo, tivemos um período de convivência na época da escola e depois por circunstancia do destino afastamo-nos. Nessa época, tive a oportunidade de conhecer seu talento como compositor musical e poeta. Teve suas músicas gravadas por muitas duplas sertanejas e cantores solo de renome. Seus poemas de cunho popular agradavam todos os tipos de público, pois salientava os chifres e desamores muito comuns a qualquer mortal. Também muito carismático, pela quantidade de amigos e admiradores que agregou em sua jornada terrena. Com uma formação religiosa de família, segue o espiritismo Kardessista (Fundada por Allan Kardek), retratada no romance “Entre Grãos os Sonhos”. Recentemente deu uma grande prova de que sua fé não é um simples conhecimento filosófico, mas um sentimento que brota do fundo da alma, pois superou com muita dignidade e exemplo para todos uma enfermidade que é vencida somente pelos grandes devotos.  Filho de José Martins Rodrigues e Mercília Rodrigues, por quem demonstra muito afeto e gratidão. E pelos quatro filhos: Érika, Hugo, Caio e Dênis.
            Heitor Gomes: “O Poeta das Multidões”
             


quinta-feira, agosto 16, 2012

Tomei soro a manhã inteira


Heitor Gomes

Tomei soro a manhã inteira,
à tarde fui trabalhar.
Tomei injeção pra dor
e nem pude repousar.

Gritei um grito calado,
um choro mudo e amargurado.
Sem amparo sem amigo,
o coração todo lanhado.

Renegado como um proscrito,
crendo na incredulidade.
O medo era muito grande,
fecundando a insanidade.

O grito mudo e calado,
era meu único amparo.
A fé na descrença Sagrada,
que meu corpo voltasse pro barro.

Mas o barro rejeitou,
infame e pérfida inutilidade.
Hoje sou um sobrevivente,
sem amor, um delinqüente,
que canta aos quatro ventos,
a sua bestialidade.


domingo, agosto 12, 2012

Minha vida é perdoar


Heitor Gomes

Minha vida é perdoar,
Pois o meu perdão me faz renascer.
O perdão é tudo aquilo que tenho,
Para resgata La dos umbrais do prazer.

Deus abençoe o perdão,
e me faça sempre perdoar.
A insanidade de uma Deusa caída,
Que somente na lama consegue se glorificar.

Vivo loucamente essa paixão,
Que me faz chafurdar na insanidade.
Tornando-me um fantoche manipulado,
Aniquilando minhas ínfimas vontades.

Quando a noite cai, eu enlouqueço,
Imaginando os seus delírios.
Devorada como uma fêmea insaciável,
Exalando cheiro de loba no cio.


No rebrilhar do sol repousa como uma santa,
Expressando castidade e pureza.
Eu me inebrio com essa cena tão insólita,
Abençoando e maldizendo toda aquela beleza.

Tornei-me um andarilho sem destino,
Procurando aquilo que nunca perdi.
Alguém que acalmasse a minha alma,
Coisa essa que jamais possui.

Perdôo mil vezes eu perdôo.
Perdôo de manhã à tarde e a noite.
Pois perdoando estarei me livrando,
Do mais implacável açoite.

Perdôo mil vezes eu perdôo.
Somente assim sou capaz de viver.
Depois de cada perdão,
Minha alma volta a renascer.











domingo, dezembro 11, 2011

Giovana

Heitor Gomes

Giovana filhinha querida,
esperamos-te com muita emoção,
sua vinda é muito aguardada,
você já existe em nossos corações.

És um anjinho de luz,
vinda do reino celestial.
Para iluminar nossas vidas,
revelando que só o amor é real

Deus é nosso “Pai” carinhoso.
Nosso legítimo progenitor.
Todos somos seus filhos amados,
 “Ele” é o nosso único Criador.

Muito obrigado bondoso Pai,
por ter nos dado a Giovaninha.
Ela ainda não está no meio de nós,
Mas já a amamos como nossa filhinha.

Sentimos no pensamento,
a sua presença sagrada.
Alegrando nossas vidas,
e sendo por todos muito amada.

Giovana filhinha querida.
Filhinha do coração.
Grande benção do ‘Papai do Céu,
nossa divina realização...

segunda-feira, dezembro 05, 2011

Rua xv de novembro

   Heitor Gomes

Rua xv de novembro
Com um comércio empreendedor.
Num passado não muito remoto, foi palco de muitas histórias de desamor.

Muitas casas de luzes vermelhas,
Chamadas de tolerância.
Naufragou o sonho de muitas jovens,
Que nem chegaram ter infância.

A musica era sempre alta,
A bebida jorrava caudalosa.
Crianças se tornavam adultas,
Amantes das mais fogosas.

No sol a realidade era ardente.
O sonho cruelmente suprimido.
Bonecas friamente trocadas,
Por encarnados bebes com destinos tão sofridos.

No auge da adolescência,
Em que o príncipe era sempre encantado.
Suas entranhas eram devoradas,
Por um amor louco, insano, desenfreado.

Neste momento sagrado da existência
Em que o amor deveria estar presente.
Pois no canteiro sagrado da vida,
Fecundava uma abençoada e sublime semente.

O príncipe se torna sonho.
Parti ao alvorecer.
Deixa rastros de tristezas,
E a vontade de morrer.

Vêem que tudo foi engano,
Sem ninguém para lhes consolar.
Estão sozinhas e desamparadas,
Rejeitadas pelo benfazejo lar.

Ignomínia da Sagrada família,
Sem esperança nem compaixão.
Só restava a difícil vida fácil,
Para ganhar o abençoado pão.

Tornavam damas da noite,
Rainhas da xv de novembro.
Que curavam qualquer mau de amor,
Até os mais tristes lamentos.

Pagavam e tinham direito a tudo,
Até os mais requintados mimos.
Fantasias profanas saciadas,
Como se fossem amantes latinos.

Depois na solidão dos pensamentos,
os corações ficavam oprimidos.
Pois estavam mortas para a família,
E todos os entes queridos.
Maldita e Santa rua xv,
Onde o sonho de muitas jovens desintegrou.
Mas foi também a lavoura operosa,
Que muitas vidas amparou.

Hoje tudo é passado,
Ninguém se lembra mais.
Mas os protagonistas desta história,
Nunca esquecerão... jamais!

sexta-feira, dezembro 02, 2011

A patinha lésbica e os três porquinhos pederastas

Heitor Gomes
 

Num terreiro bem distante,
Existiu uma patinha.
Com a pena toda emplumada,
Já tinha ficado mocinha.

Mamãe pata, já idosa,
Preocupada com a filhinha,
Queria que ela se casasse,
E lhe desse muitas netinhas.

Mas a patinha, já mocinha,
Não queria saber de casamento.
Falava que era cedo,
E que tinha ainda muito tempo.

Mas a mamãe desesperada,
Preocupada que dava dó.
Dizia que se ela não casasse logo,
Ficaria encalhada, sozinha no caritó.

Então a patinha criou coragem,
E falou angustiada,
Que era diferente e que casamento pra ela, era uma grande piada.

Sua mãe, inconformada,
Desesperada com o que acabou de ouvir.
Disse que não aceitava tal despautério,
E que ela podia no mundo sumir.

A patinha entristecida,
Com o que acabara de ouvir.
Ficou muito revoltada e
Sozinha resolveu então partir.

Rumou destino incerto,
Com muito medo e desesperada.
Fora excluída por todos,
Só porque queria arrumar uma namorada.

Mas não tinha outro caminho,
Neste mundo frio e cruel.
Só porque ela era lésbica,
Estava relegada a viver ao léu.

Partiu então sozinha,
Em terras distantes e frias.
Enfrentar o destino algoz,
Que tanto a judiava e oprimia.

No meio do íngreme caminho,
Num local triste e distante.
Encontrou abandonados três porquinhos,
Magros, cansados e escaldantes.

Chegou perto deles desconfiada,
Criou coragem e perguntou:
-Por que estão sozinhos com aparências tão horripilantes?
E o mais velho então falou:

-Estamos todos perdidos,
Sem saber o que fazer.
Fomos expulsos de casa
E agora estamos a perecer.

Só porque somos diferentes,
Ninguém quer nos aceitar.
Por que não cobrimos as porquinhas,
Estamos nesta vida a penar.

Nosso pai não aceita,
Nossa situação atual.
Porque somos porquinhos viados,
Ele diz que somos do mal.

Por isso vivemos fugindo,
agora somos amaldiçoados.
Na última festa junina,
Quase viramos lombinhos assados.

-Que conversa mais maluca,
Parece alucinação.
Três porquinhos pederastas e uma patinha sapatão.

Mas não fiquem preocupados,
Pois não estão mais sozinhos.
Unidos formaremos um grupo,
Montaremos um reduto e
Trilharemos novos caminhos.

Então os três porquinhos pederastas,
E a guerreira patinha sapatão.
Reuniram muitas bicharadas entendidas,
E cada grupo trabalhou arduamente,
até construir o seu galpão.

O local ficou famoso,
O reduto entrou pra história.
Como da patinha lésbica e os três porquinhos
Pederastas,
Que de renegados conheceram, o píncaro da glória.